quarta-feira, 7 de setembro de 2011

GESTALT-TERAPIA


O que é Gestalt-terapia?





 


Diante da dificuldade de tradução da palavra alemã “Gestalt” para as demais línguas, adota-se no vocabulário da Gestalt-terapia o termo no original. Lê-se Guestalt. Fritz Perls escreveu:

Gestalt é uma palavra alemã para a qual não há tradução equivalente em outra língua. Uma Gestalt é uma forma, uma configuração, o modo particular de organização das partes individuais que entram em uma composição. A premissa básica da psicologia da Gestalt é que a natureza humana é organizada em partes ou todos, que é vivenciada pelo indivíduo nestes termos, e que só pode ser entendida como uma função das partes ou todos dos quais é feita.

A Gestalt-terapia surge como resposta às críticas e reformulações que um neuropsiquiatra alemão chamado Frederick Salomon Perls desenvolveu em relação à psicanálise, sua formação inicial. Visando abandonar a postura associacionista preponderante na ciência da época, cada vez mais encontra na psicologia da Gestalt um novo recurso teórico. Em 1969, no lançamento da segunda edição de seu livro chamado Ego, Fome e Agressão, Fritz Perls dedicou o mérito desta edição ao principal estudioso da psicologia da Gestalt chamdo de Max Wertheimer.

Wertheimer formula a teoria da Gestalt afirmando que existem totalidades cujo comportamento não é determinado pelo de seus elementos individuais, mas onde os processos parciais são determinados pela natureza intrínseca dessas totalidades. A esperança da teoria da Gestalt é determinar a natureza de tais totalidades.

Os princípios fundamentais para a criação da abordagem da Gestalt-terapia foram incorporados da psicologia da Gestalt, que é uma escola psicológica de pensamento alemão surgida em 1912 que tinha como foco de estudo a percepção e a relação do organismo com seu meio, a memória, a inteligência, a expressão e a personalidade como um todo e o conceito de Gestalt como uma unidade de referência adequada para pensar os todos sobre os quais o princípio da autorregulacão impera.

Perls também compreendia o processo de autorregulação organísmica como cíclico, havendo o surgimento permanentemente de energia de novas necessidades e resolução das antigas. Entendemos esse ciclo como o ciclo da Gestalt, que, quando é completado de modo satisfatório, resulta em um fechamento de Gestalt. Em analogia a essa noção, podemos pensar que, quando não há uma resolução desse ciclo, forma-se uma Gestalt incompleta ou aberta, o que caracteriza uma situação inacabada.

A mãe acordada pelo choro do bebê não se contentará em deitar confortavelmente em sua cama, ouvindo o lamento de sua cria. Fará algo para eliminar a perturbação. Tentará satisfazer as necessidades do bebê, e quando estiverem satisfeitas, ela também poderá voltar a dormir.

Só descansamos quando a situação estiver terminada e a gestalt fechada para que então a próxima situação inacabada possa acontecer, o que quer dizer que nossa vida é um número infinito de gestalten incompletas. Logo que uma necessidade é satisfeita, vem outra.

A Gestalt-terapia é uma terapia existencial-fenomenológica fundada por Fritz e Laura Perls na década de 1940. Ela ensina a terapeutas e pacientes o método fenomenológico de awareness, que significa a ampliação da capacidade de dar-se conta do que acontece com a pessoa e o seu ambiente,no qual perceber, sentir e atuar são diferenciados de interpretar e modificar atitudes preexistentes.

Explicações e interpretações são consideradas menos confiáveis do que aquilo que é diretamente percebido ou sentido. Pacientes e terapeutas, em Gestalt-terapia, dialogam, isto é, comunicam suas perspectivas fenomenológicas. As diferenças de perspectivas tornam-se um foco de experimentação e de diálogo continuado.

O objetivo é tornar os clientes conscientes (aware) do que estão fazendo, como estão fazendo, como podem transformar-se e, ao mesmo tempo em que aprendem aceitam-se e valorizam-se.
A Gestalt-terapia focaliza mais o processo (o que está acontecendo) do que o conteúdo (o que está sendo discutido). A ênfase localiza-se no que está sendo feito, pensado e sentido no momento e não no que era, poderia ser, conseguiria ser ou deveria ser.

Portanto a Gestal-terapia pode ser considerada mais uma exploração do que uma modificação direta do comportamento. O objetivo é o crescimento e a autonomia, com um aumento de consciência (consciousness). Em vez de manter distância e interpretar, o Gestalt-terapeuta encontra os pacientes e direciona um trabalho de awareness ativo.

A presença ativa do terapeuta é viva e entusiasmada (calorosa), honesta e direta. O paciente consegue ver e ser informado de como ele está sendo experienciado, o que está sendo visto, como o terapeuta se sente, e como ele é como pessoa. O crescimento ocorre no contato real com pessoas reais.

Os pacientes aprendem como estão sendo vistos e como os seus processos de awareness são limitados. A abordagem geral da Gestalt-terapia é facilitar a exploração de formas que maximizem aquilo que continua a se desenvolver depois da sessão, sem o terapeuta. O paciente é frequentemente deixado incompleto, mas reflexivo, pensativo, “aberto” ou com uma tarefa.

Isto é, em parte, como a Gestalt-terapia consegue ser tão intensiva, com menos sessões por semana. A psicoterapia bem-sucedida consegue integração. Integração exige identificação com todas as funções vitais - não apenas com algumas ideias, emoções e ações do paciente.

Qualquer rejeição das próprias ideias, ações ou emoções resulta em alienação. Recuperar a aceitação permite à pessoa ser inteira. Então, a tarefa da Gestalt-terapia é conseguir que a pessoa tome consciência de partes anteriormente alienadas. Experimentá-las, considerá-las e assimilá-las, se forem ego-sintônicas, ou rejeitá-las se forem ego-distônicas.
Assim como o óleo, a farinha ou o fermento podem ter um sabor próprio, não agradável, são indispensáveis para o sucesso do bolo inteiro.



















































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